Arsênio é encontrado no organismo do marido e do filho de mulher acusada de envenenar bolo que matou três pessoas
Veneno foi encontrado em amostras de urina dos familiares de Deise Moura dos Anjos.
Fontes da Polícia Civil confirmaram nesta segunda-feira (20), que há arsênio no organismo do marido e do filho de Deise Moura dos Anjos, presa por suspeita de contaminar um bolo de Natal que levou três pessoas à morte em Torres. A presença do químico, base do veneno arsênico, foi detectada em materiais orgânicos dos dois.
A principal suspeita é que a dupla tenha ingerido um suco contaminado, também em dezembro, antes do caso envolvendo a sobremesa.
Os resíduos de arsênio estavam em amostras de urina do homem e do filho dele, um menino de 9 anos. A crença dos investigadores é que a substância foi encontrada ali porque já está em fase de ser expelida do organismo.
De acordo com a apuração policial, Deise comprou o veneno por quatro vezes, todas no ano passado, ao longo de quatro meses. As aquisições foram feitas na internet, as entregas ocorreram via Correios. Uma nota fiscal de compra foi localizada no celular dela.
A tese do envenenamento do filho e do marido de Deise entrou no radar da PC após uma testemunha afirmar que eles teriam ingerido a bebida contaminada.
O relato dá conta que o alvo de Deise seria o companheiro, mas o filho do casal também teria consumido o suco. Ela então teria forçado o menino a regurgitar.
Conforme o que foi descrito na versão, o homem chegou a passar mal devido ao suco. Ele já havia sido hospitalizado, no mesmo ano, por intoxicação alimentar. A criança não teria apresentado sintomas do tipo.
Deise está presa desde o dia 5 de dezembro. Além dos três óbitos no final de 2024, ela também é suspeita de provocar a morte do sogro, Paulo Luiz dos Anjos.
O homem morreu em setembro, dois dias após uma visita da nora. À época, a família acreditou que ele havia morrido por intoxicação alimentar. Contudo, após a exumação do corpo dele, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) encontrou arsênio no cadáver.
Em nota, a defesa de Deise Moura dos Anjos diz que as declarações divulgadas pela Polícia Civil ainda não foram judicializadas no procedimento sobre o caso, e que por isso aguarda a integralidade dos documentos e provas para análise e manifestação.
O comunicado também diz que já foram realizados requerimentos e esclarecimentos no inquérito judicial referentes aos andamentos da investigação, e que a defesa aguarda neste momento a decisão judicial.