Economia
BC inicia reunião para definir futuro da taxa básica de juros
Expectativas do mercado financeiro apontam para a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano, o maior patamar desde 2017.
O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) começa nesta terça-feira (31) a reunião que vai definir a taxa básica de juros que permanecerá vigente até o fim de março. A expectativa é de que a taxa Selic seja mantida em 13,75% ao ano, o maior patamar desde o início de 2017.
Nesta terça, o presidente do BC, Roberto Oliveira Campos, e os oito diretores da autoridade monetária realizam apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas da economia e o comportamento do mercado financeiro.
Amanhã (1º), o comitê projeta as possibilidades futuras e define a nova Selic. A decisão a respeito dos novos juros será anunciada após as 18h, e ficará vigente pelo menos até o início de fevereiro, quando os diretores do BC voltam a se encontrar para discutir novamente a conjuntura econômica nacional.
No último encontro, quando manteve a Selic em 13,75% ao ano, o Copom afirmou que o ambiente inflacionário continua desafiador e garantiu que "não hesitará" em retomar o ciclo de ajuste dos juros caso o processo de desinflação não transcorra como esperado.
Segundo analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo BC, a Selic será mantida no atual patamar na reunião desta quarta-feira. O avanço das expectativas para a inflação mostra um período mais prolongado dos juros elevados, com a taxa em 12,5% ao ano do ano e de 9,5% ao ano em dezembro de 2024.
As percepções levam em conta que a taxa Selic é a principal ferramenta de política monetária para reduzir a inflação. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas opções de investimento pelas famílias.
Taxa Selic
A Selic é conhecida como taxa básica porque é a mais baixa da economia e funciona como forma de piso para os demais juros cobrados no mercado. A taxa é usada nos empréstimos entre bancos e nas aplicações que as instituições financeiras fazem em títulos públicos federais.
Em linhas gerais, a Selic é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.
A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, perto da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam alternativas de investimento.
Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.