Rio Grande do Sul

Desfile de cavalarianos marca o 20 de Setembro em Porto Alegre e encerra a Semana Farroupilha no RS

Cavalgada Farroupilha adaptada foi recepcionada por um público restrito a autoridades em frente à sede do governo e embalada pela banda da Brigada Militar.

Por Governo RS Publicado em 20/09/2021 13:50 - Atualizado em 03/06/2024 10:15

Em mais um ano sem o tradicional Acampamento Farroupilha por conta da pandemia, dezenas cavalarianos adicionaram máscaras à pilcha e percorreram um trajeto de quatro quilômetros entre o parque Harmonia até o Palácio Piratini, em Porto Alegre, na manhã deste 20 de Setembro de 2021. A Cavalgada Farroupilha adaptada foi recepcionada por um público restrito a autoridades em frente à sede do governo e embalada pela banda da Brigada Militar.

Após o desfile, o governador Eduardo Leite, ao lado do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, de secretários de Estado, da patrona dos Festejos Farroupilhas 2021, Liliana Cardoso, do presidente do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), Manoelito Savaris, de deputados e outros líderes, se dirigiu ao hall do Piratini para extinguir a Chama Crioula.

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Cavalarianos saíram do parque Harmonia, na capital, e passaram na frente do Palácio Piratini - Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

"Se há quase 200 anos este Rio Grande se levantava contra as injustiças, travando uma guerra, provendo um enfrentamento em torno dos seus ideais farroupilhas, nos tempos atuais, por mais paradoxal que pareça, o enfrentamento é outro. A coragem, a ousadia, é justamente de nos opormos à cultura da guerra, do enfrentamento que divide o nosso país. Coragem é sustentarmos a crença de que somos iguais, de cultivarmos o respeito e ter a ousadia da ponderação, da sensatez, do equilíbrio", afirmou o governador.

Coragem é sustentarmos a crença de que somos iguais, de cultivarmos o respeito e ter a ousadia da ponderação, da sensatez, do equilíbrio", afirmou Leite.

O ato marcou o encerramento dos Festejos Farroupilhas deste ano, que enalteceram o bicentenário do nascimento de Anita Garibaldi e o cinquentenário do Dia da Consciência Negra e do Movimento Nativista e, pela primeira vez, tiveram como patrona uma mulher negra.

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Chama Crioula dos Festejos Farroupilhas 2021 foi extinta pelo governador Leite - Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

"A gente encerra esta nossa Semana Farroupilha com a força dessa mulher negra gaúcha, aqui representando tantas mulheres, tantas Anitas, tantas lideranças deste grande movimento tradicionalista gaúcho. Quero agradecer a todos que se mobilizam em torno da nossa cultura para manter acesa esta chama que aqui é simbólica, mas que arde dentro de cada um de nós, gaúchos. Porque esse símbolo é muito importante para solidificar, enquanto povo, a nossa identidade, sobre a qual se alicerça a construção do presente e se projeta o futuro", disse Leite.

A declamadora, escolhida pela Comissão dos Festejos Farroupilhas de 2021, voltou a emocionar a todos com suas palavras, assim como no acendimento da chama, uma semana atrás, e agradeceu pela dedicação dos colegas.

"Parabenizo a todos, representantes da sociedade e do governo, pelos esforços. Cada um cuidou do seu propósito, do seu legado, fazendo o máximo para que essa representação ocorresse hoje e a gente não deixasse passar em branco esse momento tão emblemático que é o 20 de Setembro. Sentimos esses caminhos de Anita, que cruzaram a frente do Palácio, trazendo as novas prendas e peões do RS", afirmou Liliana.

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"Essa chama se extingue, mas acende-se a luz da fé, da saúde e da generosidade", disse a patrona Liliana Cardoso - Foto: Itamar Aguiar / Palácio Piratini

Ainda nesta segunda-feira (20/9), às 17h, no Salão Negrinho do Pastoreio do Palácio Piratini, será lançada a obra "A matriz da cultura negra no gauchismo" organizada por Liliana com artigos assinados por estudiosos, pesquisadores e artistas que investigaram a participação do negro na construção da identidade regional gaúcha.

"Essa chama se extingue, mas acende-se a luz da fé, da saúde e da generosidade. Mais uma vez reafirmo, da liberdade, igualdade e humanidade, que sempre buscamos todos os dias. Ao extinguir essa chama, ascende-se uma chama de um sonho e de um legado que carrego comigo, de trazer uma bibliografia da negritude, da construção e da raiz pelas mãos negras deste Estado, que é este livro, que nasce por 15 mãos negras e brancas num elo só, e juntando dois movimentos, o negro e o tradicionalista gaúcho", afirmou Liliana.

O desfile dos cavalarianos e a extinção da Chama Crioula foram transmitidos ao vivo pela TVE e pelos canais oficiais do governo do Estado. Clique aqui e reveja a cerimônia.

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