Economia
Paulo Guedes diz que governo pode liberar o uso do FGTS para pagamento de dívidas
Endividamento das famílias brasileiras em 2021 foi o maior nos últimos 11 anos, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor divulgada em janeiro deste ano
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo pode liberar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a inadimplentes que estiverem precisando de crédito. A ideia é utilizar o fundo para pagar dívidas. Guedes deu essa declaração ao participar da CEO Conference, evento que reúne líderes empresariais e políticos brasileiros promovido pelo BTG Pactual.
“Podemos mobilizar recursos do FGTS também porque são fundos privados. São pessoas que têm recursos e que estão passando por dificuldades. Às vezes o cara está devendo dinheiro no banco e está credor no FGTS. Por que não sacar essa conta e liquidar a dívida do outro lado?”, declarou Guedes.
O endividamento das famílias brasileiras em 2021 foi o maior nos últimos 11 anos, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) divulgada no final de janeiro deste ano pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O levantamento afirma que 76,3% das famílias brasileiras tinham dívidas em dezembro do ano passado. Segundo a CNC, isso ocorreu porque as pessoas recorreram ao crédito para sustentar o consumo.
A gravidade da inadimplência brasileira chamou atenção até da Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgou nesta segunda-feira (21), que 7 em 10 lares brasileiros contraíram dívidas desde abril de 2020. Os dados foram retirados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e divulgados com exclusividade pela CNN.
O relatório ainda aponta que o cenário é “preocupante” e que 43,2% dessas pessoas não devem conseguir honrar as dívidas.
Outra ação proposta por Guedes no evento do banco do qual é fundador é a redução de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A medida seria necessária, segundo o ministro, para “reindustrializar” o Brasil. A medida contaria com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL).