Economia

Perdas de empresas podem chegar a R$ 10 bilhões, avalia Fecomércio-RS

Os prejuízos patrimoniais calculados somam estoque, maquinário, mobiliário, instalações, entre outros.

Por O Sul Publicado em 20/05/2024 18:02 - Atualizado em 03/06/2024 14:02

Empresas gaúchas acumulam até R$10 bilhões em perdas de ativos em razão das enchentes que atingem o Rio Grande do Sul desde o fim de abril.

Os valores são apontados em estudo preliminar realizado pela Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado (Fecomércio-RS).

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Os prejuízos patrimoniais calculados somam estoque, maquinário, mobiliário, instalações, entre outros. A entidade avalia ainda que a perda de PIB do Estado decorrente das enchentes chegue a cerca de R$40 bilhões, ou, aproximadamente 5% do PIB anual.

A avaliação da entidade traz dois recortes da crise enquanto às perdas. Em uma primeira análise, realizada com base em imagens de satélite, a entidade aponta que são cerca de 33 mil estabelecimentos diretamente afetados pelos alagamentos nos setores de comércio, serviços e indústria.

A perda de ativos é calculada em R$5 bilhões. O levantamento não inclui micro e pequenas empresas que funcionam em domicílios residenciais, nem municípios que sofreram maior impacto de enxurrada do que de alagamentos.

Já em um segundo recorte, que considera o número de CNPJs, entre matrizes e filiais, concentrados nos 46 municípios em estado de calamidade pública, as perdas avaliadas são maiores. A Fecomércio-RS calcula que 10% dos 661.159 CNPJs ativos nessas cidades tenham sido diretamente afetados pelas enchentes. Seriam 66 mil estabelecimentos empresariais impactados (54,5 mil do comércio de bens e serviços). Nesse cenário, as perdas patrimoniais chegam a cerca de R$10 bilhões, sendo R$8 bilhões referentes a comércio e serviços.

“É imprescindível estarmos embasados por dados que dimensionem o tamanho desta tragédia e seus impactos para pleitearmos ações efetivas em prol de mitigar os seus efeitos”, comenta o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. “Olhando pelo aspecto econômico, essas são empresas que fazem a nossa economia girar, que geram milhares de empregos e que precisam, mais que nunca, de apoio. Temos trabalhado, neste sentido, por diversas medidas junto às esferas municipais, estadual e federal. Elas objetivam que as organizações consigam sobreviver ao período em que estiverem com suas receitas interrompidas ou prejudicadas, e que, logo, possam retomar suas atividades.”

A Fecomércio-RS aponta que os 46 municípios que permanecem com calamidade pública decretada concentram 41,6% do PIB gaúcho total, 41,5% do PIB da indústria e 50,6% do PIB do setor de comércio e serviços gaúcho. Nessas cidades, estão 42,6% dos CNPJs ativos do Estado e 48,3% dos empregos. Empresas do setor de comércio e serviços são maioria e os estabelecimentos comerciais foram penalizados de forma acentuada em virtude do Dia das Mães, data comemorativa de tradicional incremento nas vendas.

A Federação chama atenção, ainda, ao fato de que, mesmo empresas que não tenham sido atingidas diretamente pela enchente, sentem diferentes impactos da crise. Algumas ficaram sem insumos essenciais, como água e energia elétrica, sem recursos humanos com casos de colaboradores afetados ou tiveram a logística para recebimento de matéria-prima, mercadorias ou prestação de serviços prejudicada devido aos problemas causados à infraestrutura. Outras tantas foram prejudicadas pela redução de demanda. Por esses motivos, a entidade estima a perda de PIB de cerca de R$40 bilhões.

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